sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Entrevista com a pesquisadora Letícia da Conceição Braga


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lá pessoal, hoje vamos conversar com a pesquisadora Letícia Braga, 45 anos, pesquisadora visitante da Faculdade de Medicina da UFMG trabalhando em colaboração com o serviço de Biologa Celular da Fundação Ezequiel Dias (Funed).

Formada em Biologia, com mestrado em Genética e doutorado em Ciências da Saúde, com ênfase em Oncologia Experimental, Letícia possui um projeto sobre marcadores moleculares em câncer de ovário.

Ela explica que o “câncer de ovário é uma doença extremamente insidiosa, ou seja, uma doença difícil de diagnosticar e de tratar. Então, muitas vezes, o diagnóstico acaba sendo feito tardiamente e quando a doença é detectada, a paciente já esta no estado de metástase, em que a doença já se espalhou pelo organismo. Na hora do tratamento, essas pacientes acabam não respondendo bem ao tratamento convencional oferecido atualmente, resultando em uma baixa expectativa de vida. Em torno de 70% dessas mulheres tem recidiva e sobrevida em torno de 18 a 24 meses. Estudamos marcadores genéticos que possam predizer este curso da doença da paciente, marcadores que possam facilitar ao médico entender como essa paciente deve progredir ao longo do seu tratamento. Com isso, ele pode adotar medidas terapêuticas que sejam mais eficientes de acordo com o perfil genético dessa mulher”.

            Fizemos algumas perguntinhas:

·         Por que você escolheu esta área?

“Eu sempre quis, desde o ensino médio, estudar Genética. Eu sabia que genética era o que eu queria para a minha vida. Ao longo dos anos, a gente vai percebendo que se queremos contribuir de alguma forma para o avanço da ciência, e no avanço dos tratamentos, no meu caso para o avanço do tratamento do câncer de ovário, uma forma é o conhecimento do perfil genético delas. Então, isso me fez empenhar mais por essa área e hoje eu sou uma apaixonada por ela”.

·         Por que você acha importante o projeto que desenvolve?

 

“Porque sem o conhecimento do perfil genético do paciente não adianta ficar testando drogas. A gente sempre vai tratar uma doença difícil sem saber como essa doença reage. Com o perfil genético dos pacientes determinados, nós podemos saber antes se a paciente vai responder ao tratamento indicado, se ela vai ter um efeito adverso ao uso da droga, ou se ela deveria usar outro tipo de tratamento mais assertivo”.

 

·         Você acha que vai deixar alguma contribuição para sociedade?

 

“A gente sempre espera que trabalhando com a ciência, vamos deixar uma contribuição para sociedade. Como temos três patentes que descrevem esses marcadores, e estamos trabalhando na validação clínica desses marcadores, cada vez mais eu enxergo a possibilidade de que essas patentes possam vir a ser um exame. Na OncoTag, que é uma startup em que eu e algumas pesquisadoras somos sócias, está trabalhando para oferecer esse exame genético para as mulheres com câncer de ovário e essa seria minha verdadeira contribuição, não só para a ciência mas para as mulheres de uma maneira geral”.

 

·         Quais experiências você teve nessa área?

 

“Eu trabalho com genética desde 1996, comçei com marcadores genéticos em helicobacter pylori  que estaria relacionados ao desenvolvimento de câncer gástrico. Esta foi minha primeira experiência. Outra experiência interessante que eu tive no mestrado foi com marcadores genéticos de resistência a drogas contra Stafilococcus aureus. . Estudei marcadores genéticos que estariam ligados a resistência, e como nós poderíamos utilizá-los para reverter essa resistência. Depois, em 2006, comecei a trabalhar com a saúde da mulher, com câncer ginecológico, e desde então venho estudando marcadores genéticos em câncer de ovário, que é minha principal linha de pesquisa.”

 

·         Qual a relação do seu projeto com o tema abordado no nosso blog?

 

“Os marcadores genéticos são parte do núcleo, o que nós fazemos é uma investigação do DNA que está dentro do núcleo da célula. Como vocês estão com um blog que divulga as células e os avanços que têm ocorido em relação a células, nada mais coerente do que começarmos entendendo o núcleo, que comanda e coordena todas as atividades celulares.”

 

Letícia agradece a oportunidade de ser entrevistada por nosso blog!

            Espero que vocês tenham gostado de conhecer mais uma pesquisadora que trabalha na Funed. Em breve teremos outras entrevistas.

Fique ligado no nosso blog.

 

6 comentários:

  1. Parabéns pelo Blog e pela entrevista. Muito importante a disseminação da Ciência para formação e despertar de novos cientistas. Parabéns a Letícia pelo belo trabalho e contribuição para Ciência.

    Prof. Matheus de Souza Gomes

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  2. Parabéns pelo excelente trabalho Dra Letícia. Você está sensibilizando corações científicos e despertando novos talentos para a ciência. É um grande orgulho acompanhar seu trabalho.

    Prof. Fábio Ribeiro Queiroz

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  3. Parabéns pela entrevista!! Excelente oportunidade de conhecer pessoas inspiradoras como a dra. Letícia!

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  4. Muito boa a entrevista. Parabéns leticia, parabéns blogueiras!!

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  5. Parabéns pela entrevista, Letícia sempre uma inspiração!
    Continuem assim, sucesso!

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  6. Minha amada professora, parabéns pela matéria!

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