sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Retrospectiva 2017

Olá pessoal, o nosso blog está entrando de férias. E pra nossa postagem de férias não poderia faltar a nossa Retrospectiva 2017...
O blog voltou com força total em 2017 trazendo muitas entrevistas, com um novo estilo para escrever os textos e passar o conteúdo de uma forma mais pratica.


Ficamos muito felizes em ter mais de 10 entrevistados nesse ano, e com as entrevistas ganhamos um alto numero de visualizações do blog.



Nesse ano pela segunda vez o blog participou da FINIT.



O blog também incentivou os movimentou outubro rosa e novembro azul.



O blog também informou diversas descobertas que tiveram ao longo do ano na ciência.


O blog além de passar informações relevantes sobre a ciência também se mobilizou com o atentado na Creche em Janaúba.


O blog também ficou muito feliz com o número de visualizações que alcançamos esse ano. Foram mais de 13000 visualizações.


Também ficamos muito felizes com os números de visualizações de outros países no blog.



E nos ficamos por aqui com o nosso muito obrigado, boas festas, um Feliz Natal e um Feliz ano novo.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Entrevista com Giselle Agostine Cotta

Olá pessoal, hoje trouxemos mais um entrevistada no blog, Giselle Agostinni Cotta, 54 anos, formada em Biologia e Mestra em Biologia de invertebrados na PUC-MG. Giselle é uma das principais responsáveis pela coleção de serpentes da Funed.

Fizemos algumas perguntinhas:

1-    Qual sua área de atuação e sua linha de pesquisa?
Eu sou curadora da coleção de serpentes da Funed desde que ela começou. Eu trabalho aqui desde 1986, no início eu era estágiaria, na época minha função foi montar uma coleção cientifica. Pois, chegavam os animais e descartavam os que não tinham interesse para fabricação de soro. E havia um grande número de cobras que acabavam indo para o lixo, então foi decidido implantar uma coleção científica, e foi assim que eu comecei a fazer tudo isso.
Além disso, desde 2005, eu venho me envolvendo muito com a área de popularização da ciência, então é isso o que eu faço.
2-    Porque você escolheu essa área?
Bom a questão da coleção aconteceu por acaso, por exemplo, eu sempre gostei muito de animais, meu sonho era ser zoóloga e na época da graduação tinha pouquíssimos lugares para se fazer estágio e aqui era um deles. E como eu sabia que aqui tinha cobra decidi me inscrever para ser estagiária, e acabei sendo chamada. O interessante e que eu acabei descobrindo muito sobre as cobras, e na época da minha graduação ninguém sabia nada de cobra, a gente não aprendia sobre isso, mas eu acabei aprendendo. No início eu morria de medo, mas conforme fui aprendendo sobre acabei me encantando, gostando mais e estudando mais.
3-    Porque você acha importante esse projeto?
Bom eu tenho dois projetos, um é a coleção e o outro é a popularização da ciência. Cada um tem a sua importância.
A coleção, por exemplo, o nosso acervo e constituído por todas as espécies de cobras de Minas Gerais. Então ela virou uma referência para o estado de Minas, então o que você precisar saber ou ver sobre uma cobra aqui de Minas nos teremos lá. Temos 148 espécies depositadas de locais diferentes do estado, então dá pra se fazer vários estudos, tanto de distribuição geográfica, quanto de taxonomia, como de biologia da reprodução, então a coleção é uma boa base de informações sobre as cobras.
Com relação a popularização da ciência eu fui me encantando ao longo do tempo, por causa das cobras, as cobras são animais que todo mundo morre de medo e tem pavor. E como a Funed é uma instituição referência no assunto e eu trabalhei no serpentário durante muitos anos, a minha relação com o público sempre foi muito intensa e muito próxima. Porque as pessoas chegavam aqui cheia de dúvidas, e a gente ensinava, mostrava e fazíamos exposições do serpentário. Então eu fui aprendendo a lidar com o público. E hoje estamos ai com o ciência e movimento que está tratando de vários assuntos, mas a origem vem dos animais peçonhentos, eles que estão puxando o resto da turma. Mas é uma coisa que eu adoro, porque a gente tem a chance de retornar ao público um investimento que é feito por ele mesmo. Além de esclarecer várias coisas que ás vezes a população não tem nem condição de saber e mostrar coisas que eles não tem acesso.

4-Como você vê o empoderamento feminino na ciência?
Eu acho que a mulherada está mandando ver, além de conquistar um espaço que antes era muito masculino, até mesmo porque as invenções sempre foram mais voltados pra mecânica etc. E hoje você pode ver a diferença até mesmo nas universidades, hoje tem muito mais mulheres do que homens, não só na ciência mas em todas as áreas. E eu acho que nada mais merecido esse espaço para as mulheres.

Giselle deixou uma mensagem para os leitores do blog.

“Quem tiver a oportunidade, pode ser um estudante de nível médio, ou mesmo um estudante de graduação, buscar fazer um estágio em uma instituição de pesquisa. Tanto a Funed ou outras que tem por ai. Porque eu acho que é uma oportunidade impar, principalmente para conhecer a dinâmica de um ambiente de trabalho, como são as relações. Assim a gente fica mais ligado até mesmo na organização do nosso tempo. Então é muito bom porque as pessoa tem a chance de ver que não é assim tão simples, e nada é por acaso, mas sim construído. Nós devemos ter disciplina, ser rígido com algumas coisas. Então eu acredito que esses estágios são fundamentais na vida de qualquer cidadão. Então se você tem a oportunidade, corra atrás seja você um estudante do ensino médio, ou de graduação. E seja o melhor do mundo.”

Espero que tenham gostado de conhecer um pouco do trabalho da Giselle, e como ela disse aproveite as oportunidades para conquistar um estagio. 

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Cultivo celular

A técnica de cultivo celular se iniciou no início do século XX com a finalidade de estudar o comportamento de células animais fora do organismo, em meio controlado. O cultivo celular compreende um conjunto de técnicas que permitem manter células e tecidos in vitro, conservando ao máximo suas propriedades fisiológicas, bioquímicas e genéticas. Atualmente, a cultura de células não se limita apenas ao estudo do comportamento de tecidos e células. Seu uso se estende à medicina, pois possuem um importante papel no tratamento de doenças degenerativas. Existem três tipos de cultura celular: a de células primárias, linhagem celular contínua e células transformadas.




·         Células primárias: isoladas de um tecido animal ou vegetal.
·         Linhagens celulares contínuas: tem uma elevada taxa de crescimento, transformação espontânea de linhagens primaria ou finitas.
·         Células transformadas: foram modificadas a partir de células normais.

Embora com grande potencial e aplicações a cultura celular precisa de cautela, pois existe a possibilidade de contaminação cruzada por outros tipos de células, vírus ou mesmo outros microrganismos.  Mais um ponto são os meios ricos em nutrientes utilizados para propagar as células e, portanto, propiciam também o crescimento de diversos organismos. Assim é necessária uma condição estéril para que o crescimento aconteça de forma adequada e controlada.

O serviço de Biologia Celular, responsável pelo Blog, conta com um banco de células contendo em torno de 141 linhagens depositadas dos mais diversos tipos de linhagens de células principalmente tumores humanos, o que o caracteriza como o maior de Minas Gerais. Essas linhagens têm sido utilizadas nos mais diversos projetos científicos, que geraram patentes e diversas publicações para a Funed, além de permitir ótimas parcerias cientificas com outros pesquisadores de ICTs situadas em Minas Gerais. Serviço de Biologia Celular faz parte do escopo da Fundação Ezequiel Dias que obteve recomendação em 2010 para a certificação na norma NBR ISO 9001:2008.



Saiba mais em:

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Frederick Sanger

Frederick Sanger foi um bioquímico inglês, estudou na Escola Bryanston e, posteriormente concluiu o bacharelato em ciências naturais, em 1939, na St John's College de Cambridge. Criado como membro de um grupo religioso de tradição protestante, ele aprendeu a abominar a violência, e durante a Segunda Guerra Mundial ele foi um objector de consciência, tendo sido autorizado a prosseguir a sua investigação para o doutoramento. Frederick nasceu no dia 13 de agosto de 1918 em Rendcomb, Reino Unido e faleceu no dia 19 de novembro de 2013 em Cambridge, Reino Unido aos 95 anos, foi casado com Margaret Joan Howe e tiveram três filhos.
Prêmios:
·         Nobel de Química (1980, 1958)
·          Prêmio Internacional da Fundação Gairdner (1979, 1971)
·          Medalha Copley (1977)
·          Prêmio Louisa Gross Horwitz (1979)

Curiosidades:
·         Conseguiu desenvolver novos métodos para o seqüenciamento de aminoácidos e os usou para deduzir a seqüência completa de insulina, pelo qual foi premiado com o Prêmio Nobel de Química em 1958. 
·         Em 1962, mudou para o seu recém-construído Laboratório de Biologia Molecular em Cambridge, juntamente com M.F. A unidade de Perutz do Laboratório Cavendish, que incluiu F.H.C. Crick, J.C. Kendrew, H.E. Huxley e A. Klug. Nesta atmosfera, logo se interessou por ácidos nucleicos. Embora no momento pareciam ser uma grande mudança de proteínas para ácidos nucleicos, a preocupação com o problema básico de "seqüenciamento" permaneceu a mesma.
·         Ele disse em sua biografia: “Além do meu trabalho, meus principais interesses são jardinagem que melhor pode ser descrito como mexer em barcos”. 


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sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Entrevista com a Dr. Luciana Maria Silva

Olá pessoal, hoje trouxemos a nossa orientadora Doutora Luciana Maria Silva Lopes, 44 anos, formada em Biologia pela Puc – MG, mestra em Ciências e técnicas nucleares no Departamento de engenharia nuclear da UFMG, doutora em Biologia Celular pelo departamento de morfologia no instituto de ciências biológicas da UFMG.

Fizemos algumas perguntinhas:
1- Porque você resolveu se tornar empreendedora
Desde a minha graduação eu já gostava da biotecnologia, e sabia que biotecnologia era negócio, mas eu não sabia naquele época como ser empreendedora. Então como estamos vivendo um momento que o cenário tem sido favorável à biotecnologia, e eu trabalho com a ciências da vida, vi que esse sonho poderia se tornar realidade e uma oportunidade de transformar as nossas idéias em produtos para a sociedade.

2- Quais projetos existem de empreendedorismo coordenado por você?
Hoje em dia existem duas startups que nasceram no Serviço de Biologia Celular. A primeira é a OncoTag, nascida em 2013, dentro do Programa de Incentivo a Inovação uma parceria do Sebrae com a Funed. A OncoTag já foi escolhida para participar de 3 programas de aceleração de startups sendo ganhadora do Inovativa Brasil ciclo 2016.1, foi o 2 lugar do prêmio Fleury de Inovação e convidada para participar do 6 circuito Einstein de startups. Foi também pré-selecionada no Programa LIBBS Portas Abertas e 100open startups/Roche e convidada para participar do SharkTank Brasil na FINIT 2017, que foi um momento muito importante para a OncoTag devido ao reconhecimento obtido.
A outra startup do laboratório nasceu este ano, e já acumula premiações sendo 3 lugar do programa Biomakerbattle, 3 lugar do miniempreenda em ação na Finit 20177 e foi selecionada para participar da 4 rodada de pré-aceleração de startups Biostartuplab da Biominas e classificada para se apresentar no palco do DEMODAY Biostartublab/Sebrae-MG no dia 07/12

3- Você acha que em algum momento algum projeto vai impactar outro?
Não acredito, principalmente por que estou aqui para favorecer as iniciativas que surgirem no laboratório, pois o câncer é um problema muito sério que acomete a vida de milhares de pessoas no Brasil e no Mundo. Hoje em dia sabemos que o câncer é uma doença muito complexa e vejo que quanto mais iniciativas de pesquisas existirem melhor para os médicos conseguirem auxiliar no manejo clinico das pacientes, pois nenhuma técnica sozinha é capaz de cobrir todas as informações sobre o câncer que possam melhorar a sobrevida dos pacientes oncológicos.

4- Sendo a biologia uma área tão ampla, porque você optou pela biologia celular? E quando você decidiu por isso?
Existe um ditado que diz que a nossa decisão profissional as vezes é passada pelos bons professores que passaram pela nossa vida, e as vezes eu começo  a acreditar que isso é verdade, porque o primeiro contato que eu tive com célula foi com um professor do ensino médio. Ele chegava na escola e desenhava a célula passo a passo pra gente, eu lembro que ele chegou com um compasso grande, começou desenhando a membrana ai contava pra gente as funções, em outra aula o núcleo, o citoplasma, as organelas. Recentemente eu ainda tinha cópia dessa célula, porque ele desenhava pra gente no quadro com o giz e a gente tinha que reproduzir no caderno, no final de uma semana com as aulas de biologia a gente tinha uma célula desenhada no caderno. Eu bati o olho naquilo e fiquei impressionada achei sensacional a estrutura, fiquei encantada com a célula esse foi o meu primeiro contato com ela. Depois eu entrei para a faculdade e a minha primeira aula de biologia foi de citologia, parece até que estava no destino e eu fiquei mais encantada. Ai fui entender do ponto de vista mais profundo da célula, suas atividades e implicações, e ao longo da minha formação acadêmica eu estava sempre pensando na célula, era a unidade que mais me encantava o tempo inteiro e eu comecei a pensar projetos que fossem de células. Um dia passando em frente a Funed minha amiga de faculdade me disse ‘’Lu, vamos deixar o nosso currículo na Funed, lá tem vários laboratórios’’ e eu não conhecia ainda, não sabia do potencial da Funed, ou até mesmo que tinha laboratório de pesquisa, e ela sabia. Então a gente veio, cadastrou o currículo e para a minha surpresa o Dr. Hector Montes de Oca me convidou para fazer uma entrevista, ele foi o fundador deste laboratório que eu coordeno hoje em dia, ele era um médico argentino convidado pelo professor Carlos Ribeiro Diniz pra montar o laboratório de cultivo celular, que era de cultivo de células in vitro, que na época de 1995 era uma tecnologia super  nova, eu lembro que fiquei encantada, eu vim parar em um laboratório de cultivo celular sendo que tudo que eu gostava era célula. Eu fui conversar com o Dr. Hector, e na conversa ele me perguntou que tipo de livro/autor eu estudava eu falei que era do De Robertis então ele me disse que o De Robertis era amigo dele e ele tinha uma foto do livro que era do núcleo interfásico, na época eu falei que conhecia, mas eu não sabia direito o que era já que estava começando os estudos, depois eu fui procurar a foto no livro, que ele tinha tirado dessa célula em interfase, muito legal essa historia e desde quando eu entrei no laboratório eu fui conduzindo minha carreira cientifica em torno da célula, porque foi o universo que mais me chamou atenção desde o ensino médio, hoje em dia eu posso dizer que sou biologista celular por vocação, eu não caí ao acaso, eu procurei e me especializei naquilo que eu queria.

5- Como é a experiência de ser uma orientadora?
Eu gosto muito de orientar pessoas, tem muitos desafios, não é fácil, pois lidamos com expectativas, tanto as nossas como das pessoas que orientamos. Mas é extremamente prazeroso, pois você passa seu conhecimento para outras pessoas. Eu tive a oportunidade de me formar, de me especializar, e eu gosto da ideia de ser multiplicadora, ver pessoas seguindo a mesma área. Essa é uma carreira muito promissora, a área da biotecnologia tem um potencial enorme. O melhor de tudo até hoje tem sido agregar pessoas  a esse trabalho.

6- Qual foi o seu primeiro contato com a pesquisa e como você decidiu continuar?
O meu primeiro contato com a pesquisa foi a que eu contei da célula com o pesquisador Dr. Hector Montes de Oca, mas ele veio a falecer durante meu período de estagio cientifico, e após o ocorrido passei a ser orientada pela Doutora Consuelo Latorre, que é uma das pesquisadoras da diretoria de pesquisa,  e que eu tenho o prazer de dizer que é minha mãe científica, pois foi ela quem me orientou, incentivou e apoiou na pesquisa. Sendo que preciso recorro a ela para me orientar na minha carreira até hoje.

7- Como foram suas experiências com seus primeiros orientadores?
Meu primeiro orientador foi o Dr. Hector, que era um pesquisador muito experiente que me ensinou muito sobre o cultivo de células animais in vitro. Depois tive a Dra. Consuelo como orientadora, que como eu falei é minha mãe na pesquisa. No meu mestrado tive também o Doutor Tarcisio Campos na ciência de técnicas nucleares, ele me ensinou muito sobre a radiologia aplicada a tumores.  Também tive o Doutor Paulo Pimenta que me ajudou no doutorado, pesquisador do Centro de Pesquisas Rene Rachou/FioCruz e eu sou grata por ele ter aberto o laboratório pra mim e me introduzido as mais variadas técnicas de microscopia.

8- Quais as principais linhas de pesquisa em que você trabalhou?
No inicio da minha carreira eu trabalhava com toxinas de escorpião, cobra e aranhas, e elas tem características farmacológicas muito importantes. Hoje em dia eu trabalho com uma plataforma de descobertas de novas drogas antitumorais, tenho parceria com vários químicos em Minas que sintetizam moléculas e nos enviam para testarmos em cultivo de células para descobrir potenciais candidatos a quimioterápicos, tenho duas patentes nessa área. A outra área é oncologia experimental, onde trabalho com amostras de pacientes e fazemos análises moleculares e celulares dos tumores humanos na busca por marcadores diagnósticos, prognósticos e preditivos, desse estudos saíram três patentes até o momento
E eu estou com uma nova linha de pesquisa junto com a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, que é o estudo das condições de saúde da população de Diamantina, onde irei avaliar elementos sanguíneos que possam ser relacionados às doenças.

9- Desde que você deixou a bancada o que você mais sente falta?
Da bancada –risos-  da experimentação, de planejar os experimentos. Mas hoje já entendi que meu papel como gestora em ciência é desenvolver projetos,  captar recursos e conduzir pessoas nos seus experimentos.

10- Como surgiu a ideia de criar o blog Por Dentro do Mundo das Células?
A ideia do blog nasceu da minha vontade de popularizar as ações do Serviço de Biologia Celular, como servidora publica que desenvolve pesquisas eu sentia falta de um canal para dar transparência ao que é feito no laboratório e falar de ciência sem sair da minha área é claro, ou seja, abordar tudo permeia o universo das células. No blog falamos também sobre os grandes cientistas da humanidade, as doenças, novidades cientificas e etc. O blog conta com a ajuda das minhas Bic Juniors, que estão me entrevistando agora, que cuidam dele com  muito cuidado e comprometimento e são extremamente criativas e reesposáveis. Ah,  temos também várias entrevistas com os funcionários do laboratório e da Funed, com meus alunos de iniciação cientifica, mestrado e doutorado e com os parceiros também. O interessante é que blog gerou 90 postagens e mais de 12 mil visualizações desde sua criação em outubro de 2016.
Espero que ao ter que substitui-las encontre alunas tão dedicadas como Ana e Lara.

E para finalizar gostaríamos de saber como é para você ser uma mulher negra? Já sofreu algum preconceito?
Boa pergunta, principalmente por que nesse ultimo mês muita coisa aconteceu em relação à questão racial. Vamos lá. Ser negro em um país racista é muito difícil, por muitas vezes tive a sensação de não pertencimento no mundo, alguns colegas faziam brincadeiras horríveis comigo, morria de medo de entrar em determinados lugares por não saber se seria bem recebida ou bem tratada. Sofri muito preconceito travestido de ato falho, do tipo “não era para ter falado isso ou agido dessa forma”... Mas essas coisas me fizeram mais forte por fora embora me destruíssem a alma.
Mas se encontrei pedras no meu caminho, eu também encontrei flores... Graças a Deus encontrei na minha caminhada profissional e pessoal pessoas que não eram racistas e me conduziram, me apoiaram e foram parceiros sem pensar na minha cor. Em contrapartida eu me dediquei, dei de tudo para corresponder às expectativas, não me dei o direito de falhar, tinha a obrigação de dar certo. Também dei aula pro ensino fundamental por 10 anos em escola publica e muitos alunos vinham para dizer que eu era inspiração para eles, as meninas não gostavam nem quando eu ia um pouco mais mal arrumada....rsrs Diziam:  “professora você não pode descer do salto nunca”....kkkk
Recentemente um funcionário da Funed me disse de maneira espontânea que eu representava a mãe dele, que ele ficava muito feliz com minhas conquistas que ele via publicado nos canais internos de comunicação, pois embora ele fosse branco sua mãe era negra... Emocionei-me, que legal ouvir isso! Representatividade importa.
Moramos num país super miscigenado, poucas pessoas nesse país não tem o sangue africano correndo em  suas veias. Então por que tanto preconceito contra aqueles que manifestam seu sangue negro na pele? Não entendo...
Para finalizar, espero que um dia tenhamos um mundo mais justo, igualitário, que todos tenhamos as mesmas oportunidades e sermos mais tolerantes, respeitando as raças, os gêneros e a orientação sexual das pessoas... Essas diferenças não torna ninguém menos humano.




Então essa foi à entrevista da Orientadora do Blog Luciana Maria Silva, espero que tenham gostado de conhecer um pouco mais sobre seu trabalho e sua história cientifica. Se não fosse por ela não teríamos a grande oportunidade de escrever este blog.