Olá pessoal, hoje trouxemos mais um
entrevistada no blog, Giselle Agostinni Cotta, 54 anos, formada em Biologia e
Mestra em Biologia de invertebrados na PUC-MG. Giselle é uma das principais
responsáveis pela coleção de serpentes da Funed.
Fizemos algumas perguntinhas:
1-
Qual sua área de atuação e sua linha
de pesquisa?
Eu sou curadora da coleção de serpentes da Funed desde que ela começou.
Eu trabalho aqui desde 1986, no início eu era estágiaria, na época minha função
foi montar uma coleção cientifica. Pois, chegavam os animais e descartavam os
que não tinham interesse para fabricação de soro. E havia um grande número de
cobras que acabavam indo para o lixo, então foi decidido implantar uma coleção
científica, e foi assim que eu comecei a fazer tudo isso.
Além disso, desde 2005, eu venho me envolvendo muito com a área de
popularização da ciência, então é isso o que eu faço.
2-
Porque você escolheu essa área?
Bom a questão da coleção aconteceu por acaso, por exemplo, eu sempre
gostei muito de animais, meu sonho era ser zoóloga e na época da graduação
tinha pouquíssimos lugares para se fazer estágio e aqui era um deles. E como eu
sabia que aqui tinha cobra decidi me inscrever para ser estagiária, e acabei
sendo chamada. O interessante e que eu acabei descobrindo muito sobre as
cobras, e na época da minha graduação ninguém sabia nada de cobra, a gente não
aprendia sobre isso, mas eu acabei aprendendo. No início eu morria de medo, mas
conforme fui aprendendo sobre acabei me encantando, gostando mais e estudando
mais.
3-
Porque você acha importante esse
projeto?
Bom eu tenho dois projetos, um é a coleção e o outro é a popularização
da ciência. Cada um tem a sua importância.
A coleção, por exemplo, o nosso acervo e constituído por todas as
espécies de cobras de Minas Gerais. Então ela virou uma referência para o
estado de Minas, então o que você precisar saber ou ver sobre uma cobra aqui de
Minas nos teremos lá. Temos 148 espécies depositadas de locais diferentes do
estado, então dá pra se fazer vários estudos, tanto de distribuição geográfica,
quanto de taxonomia, como de biologia da reprodução, então a coleção é uma boa
base de informações sobre as cobras.
Com relação a popularização da ciência eu fui me encantando ao longo do
tempo, por causa das cobras, as cobras são animais que todo mundo morre de medo
e tem pavor. E como a Funed é uma instituição referência no assunto e eu
trabalhei no serpentário durante muitos anos, a minha relação com o público
sempre foi muito intensa e muito próxima. Porque as pessoas chegavam aqui cheia
de dúvidas, e a gente ensinava, mostrava e fazíamos exposições do serpentário.
Então eu fui aprendendo a lidar com o público. E hoje estamos ai com o ciência
e movimento que está tratando de vários assuntos, mas a origem vem dos animais
peçonhentos, eles que estão puxando o resto da turma. Mas é uma coisa que eu
adoro, porque a gente tem a chance de retornar ao público um investimento que é
feito por ele mesmo. Além de esclarecer várias coisas que ás vezes a população
não tem nem condição de saber e mostrar coisas que eles não tem acesso.
4-Como você vê o empoderamento feminino na ciência?
Eu acho que a mulherada está mandando ver, além de conquistar um espaço
que antes era muito masculino, até mesmo porque as invenções sempre foram mais
voltados pra mecânica etc. E hoje você pode ver a diferença até mesmo nas
universidades, hoje tem muito mais mulheres do que homens, não só na ciência
mas em todas as áreas. E eu acho que nada mais merecido esse espaço para as
mulheres.
Giselle deixou uma mensagem para os leitores do blog.
“Quem
tiver a oportunidade, pode ser um estudante de nível médio, ou mesmo um
estudante de graduação, buscar fazer um estágio em uma instituição de pesquisa.
Tanto a Funed ou outras que tem por ai. Porque eu acho que é uma oportunidade
impar, principalmente para conhecer a dinâmica de um ambiente de trabalho, como
são as relações. Assim a gente fica mais ligado até mesmo na organização do
nosso tempo. Então é muito bom porque as pessoa tem a chance de ver que não é
assim tão simples, e nada é por acaso, mas sim construído. Nós devemos ter
disciplina, ser rígido com algumas coisas. Então eu acredito que esses estágios
são fundamentais na vida de qualquer cidadão. Então se você tem a oportunidade,
corra atrás seja você um estudante do ensino médio, ou de graduação. E seja o
melhor do mundo.”
Espero que tenham gostado de conhecer um pouco do trabalho da Giselle, e como ela disse aproveite as oportunidades para conquistar um estagio.
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