sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Entrevista com Giselle Agostine Cotta

Olá pessoal, hoje trouxemos mais um entrevistada no blog, Giselle Agostinni Cotta, 54 anos, formada em Biologia e Mestra em Biologia de invertebrados na PUC-MG. Giselle é uma das principais responsáveis pela coleção de serpentes da Funed.

Fizemos algumas perguntinhas:

1-    Qual sua área de atuação e sua linha de pesquisa?
Eu sou curadora da coleção de serpentes da Funed desde que ela começou. Eu trabalho aqui desde 1986, no início eu era estágiaria, na época minha função foi montar uma coleção cientifica. Pois, chegavam os animais e descartavam os que não tinham interesse para fabricação de soro. E havia um grande número de cobras que acabavam indo para o lixo, então foi decidido implantar uma coleção científica, e foi assim que eu comecei a fazer tudo isso.
Além disso, desde 2005, eu venho me envolvendo muito com a área de popularização da ciência, então é isso o que eu faço.
2-    Porque você escolheu essa área?
Bom a questão da coleção aconteceu por acaso, por exemplo, eu sempre gostei muito de animais, meu sonho era ser zoóloga e na época da graduação tinha pouquíssimos lugares para se fazer estágio e aqui era um deles. E como eu sabia que aqui tinha cobra decidi me inscrever para ser estagiária, e acabei sendo chamada. O interessante e que eu acabei descobrindo muito sobre as cobras, e na época da minha graduação ninguém sabia nada de cobra, a gente não aprendia sobre isso, mas eu acabei aprendendo. No início eu morria de medo, mas conforme fui aprendendo sobre acabei me encantando, gostando mais e estudando mais.
3-    Porque você acha importante esse projeto?
Bom eu tenho dois projetos, um é a coleção e o outro é a popularização da ciência. Cada um tem a sua importância.
A coleção, por exemplo, o nosso acervo e constituído por todas as espécies de cobras de Minas Gerais. Então ela virou uma referência para o estado de Minas, então o que você precisar saber ou ver sobre uma cobra aqui de Minas nos teremos lá. Temos 148 espécies depositadas de locais diferentes do estado, então dá pra se fazer vários estudos, tanto de distribuição geográfica, quanto de taxonomia, como de biologia da reprodução, então a coleção é uma boa base de informações sobre as cobras.
Com relação a popularização da ciência eu fui me encantando ao longo do tempo, por causa das cobras, as cobras são animais que todo mundo morre de medo e tem pavor. E como a Funed é uma instituição referência no assunto e eu trabalhei no serpentário durante muitos anos, a minha relação com o público sempre foi muito intensa e muito próxima. Porque as pessoas chegavam aqui cheia de dúvidas, e a gente ensinava, mostrava e fazíamos exposições do serpentário. Então eu fui aprendendo a lidar com o público. E hoje estamos ai com o ciência e movimento que está tratando de vários assuntos, mas a origem vem dos animais peçonhentos, eles que estão puxando o resto da turma. Mas é uma coisa que eu adoro, porque a gente tem a chance de retornar ao público um investimento que é feito por ele mesmo. Além de esclarecer várias coisas que ás vezes a população não tem nem condição de saber e mostrar coisas que eles não tem acesso.

4-Como você vê o empoderamento feminino na ciência?
Eu acho que a mulherada está mandando ver, além de conquistar um espaço que antes era muito masculino, até mesmo porque as invenções sempre foram mais voltados pra mecânica etc. E hoje você pode ver a diferença até mesmo nas universidades, hoje tem muito mais mulheres do que homens, não só na ciência mas em todas as áreas. E eu acho que nada mais merecido esse espaço para as mulheres.

Giselle deixou uma mensagem para os leitores do blog.

“Quem tiver a oportunidade, pode ser um estudante de nível médio, ou mesmo um estudante de graduação, buscar fazer um estágio em uma instituição de pesquisa. Tanto a Funed ou outras que tem por ai. Porque eu acho que é uma oportunidade impar, principalmente para conhecer a dinâmica de um ambiente de trabalho, como são as relações. Assim a gente fica mais ligado até mesmo na organização do nosso tempo. Então é muito bom porque as pessoa tem a chance de ver que não é assim tão simples, e nada é por acaso, mas sim construído. Nós devemos ter disciplina, ser rígido com algumas coisas. Então eu acredito que esses estágios são fundamentais na vida de qualquer cidadão. Então se você tem a oportunidade, corra atrás seja você um estudante do ensino médio, ou de graduação. E seja o melhor do mundo.”

Espero que tenham gostado de conhecer um pouco do trabalho da Giselle, e como ela disse aproveite as oportunidades para conquistar um estagio. 

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