segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Rodrigo Souza Leite

O
lá pessoal hoje trouxemos o Rodrigo Souza Leite, 41 anos, diretor da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento - DPD da Funed, Rodrigo é formado em ciências biológicas pela Universidade Federal de Minas Gerias - UFMG e concluiu seu mestrado e doutorado no CDTN - Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear.

Fizemos algumas perguntinhas:

1-    Qual sua área de atuação?
Hoje minha área de atuação é a de gestão, eu trabalhei durante muito tempo aqui na Funed na área de gestão da qualidade, depois eu saí da área de gestão da qualidade e fui para a assessoria de planejamento da Funed, depois fui chefe de gabinete aqui na Funed também e hoje sou diretor de pesquisa e desenvolvimento, mas a minha principal atuação é na área de gestão, eu tenho formação em ciências biológicas, fiz meu doutorado com foco em novos diagnósticos para leishmaniose visceral canina.
2-    Qual a importância da sua área para a saúde pública?
Grande, pois um dos grandes problemas que a gente tem hoje no Brasil, principalmente na saúde pública é a questão da gestão, por exemplo, hoje em dia o principal foco do sistema público de saúde é no SUS, para que o sistema único de saúde possa funcionar nos precisamos gestores, hoje nós temos bons médicos, bons fisioterapeutas, aqui na DPD nós temos excelentes pesquisadores, mas nós também precisamos no Brasil para gerenciar essa força de trabalho de bons gestores, pois eles são facilitadores, aqueles que vão tornar o ambiente mais prático para que essas pessoas possam desenvolver o seu trabalho com bastante talento, o gestor é um gerente, enquanto os pesquisadores estão se dedicando a colocar o seu talento para responder perguntas na sua pesquisa do dia a dia, o gestor está cuidando dos grandes problemas que nós temos, falando agora da nossa diretoria para poder dar a resposta, quais problemas que a gente tem? A questão de compras a questão dos pagamentos que precisam ser feitos, buscar recursos para a nossa diretoria, para a melhoria da nossa estrutura física, mais recursos para que o pesquisador possa fazer mais pesquisas, não sei se ficaram sabendo que nós estamos com um grande projeto aqui na DPD que é a criação de um mestrado profissional em biotecnologia. Isso precisa de um trabalho de gestão para chefiar, então a minha parte nesse trabalho é selecionar a equipe que vai elaborar, por que gestor também é um caça talentos, pois cada um tem um talento, vocês tem um talento, então para o mestrado a gente escolheu uma pessoa com perfil para coordenar esse trabalho, que formou uma equipe de trabalho para elaborar a nossa proposta que nós vamos nos submeter e em dezembro, se der certo, tiver um parecer favorável, o gestor ele gerencia esses grandes projetos.

3-    Quais experiências que seu trabalho te proporcionou?
O primeiro marco da minha entrada na Funed foi entrar em um concurso público para a área de gestão da qualidade, isso me deu uma bagagem muito boa, porque na gestão da qualidade você busca melhorias da qualidade do trabalho nos laboratórios, então eu pude conhecer boa parte dos laboratórios da Funed depois da qualidade. Eu coordenei a implantação de um provedor de ensaio de proficiência e pude chefiar o serviço que existia no IOM que era o serviço de provedoria do ensaio de proficiência, isso me deu muita experiência em chefiar um projeto. Depois teve um período em 2013 que eu fui cedido para a prefeitura de Sabará e fui secretário municipal de saúde lá, onde eu também tive uma grande experiência na saúde e uma experiência de gestão, gerenciar uma secretaria de saúde de uma cidade de 130.000 mil habitantes é uma tarefa extremamente pesada e desafiadora, lá eu tive a oportunidade de submeter projetos ao ministério da saúde para a construção de 5 postos de saúdes, sendo todos protótipos aceitos, também fizemos a proposta da construção de uma maternidade que era uma coisa que a população lá queria muito, Sabará tinha que ter uma maternidade, precisavam nascer sabarenses, então com base em um sonho da população ali a gente concretizou isso em um projeto, ai o ministério da saúde aprovou esse projeto. Depois eu retornei para a Funed, voltei para a área que eu estava antes que era coordenar o ensaio de proficiência aqui na Funed, quando foi em 2015 eu recebi um convite para coordenar o Departamento da qualidade, que é a grande assessoria de planejamento aqui na Funed e lá tem a gestão ambiental, a gestão estratégica e a unidade de gestão do sistema da qualidade da Funed, dali eu também tive uma grande experiência com gestão, onde eu pude conhecer a casa, conhecer cada diretoria da Funed, como que cada diretoria tem as suas demandas e como elas se encaixam na Funed, então conhecer outras diretorias também foi uma grande oportunidade para eu chegar aqui, e por fim quando eu fui chefe de gabinete da presidência, a chefia de gabinete foi uma grande escola minha para estar aqui, por que na chefia de gabinete chegam as demandas externas da secretaria da saúde, ministério da saúde, secretaria de planejamento, então eu tive contato com esses órgãos, vi quais são as demandas deles com relação à Funed, as demandas que a Fundação tem que demandar em relação a esses órgãos, foi uma oportunidade para eu interagir com diversos atores que são importantes para que a gente possa trazer melhorias para a Funed e por fim na gestão interna eu via todas as demandas que chegavam das diretorias para a presidência, eu pude ver o que era importante para a DI, para o IOM, para a DPGF e para a DPD, quando eu recebi o convite do governador para ocupar essa diretoria eu já me sentia preparado para estar aqui, pois eu já tinha uma formação tecnocientífica, a minha formação com essa experiência em gestão casou um perfil gerencial para que eu pudesse ser um diretor.

4-    Em relação a inovação, conte-nos quais foram as suas expectativas como diretor de pesquisa da DPD?
Minha expectativa é que a gente produza muita inovação, eu acho que apesar da crise a grande oportunidade agora na Funed é a vez da DPD se ela se despontar como a diretoria que vai puxar as demais, porque nós estamos em um momento de crise com  poucos recursos, mas ao mesmo tempo estamos com muitas oportunidades aqui na DPD, ou seja, o que vai tirar o Brasil da crise e das próximas crises é a nossa capacidade de compor inovação não sei se você sabe, mas a nossa matriz econômica é a mesma do Brasil colônia , a gente vende matéria prima e importa tecnologia , então a minha expectativa aqui é que a gente desenvolva muita inovação para que a gente possa dar ao nosso Brasil a capacidade de investir nessa área e de competir com as nações desenvolvidas, e eu acredito que o mestrado profissional vai nos ajudar nisso, porque nós vamos atrelar pesquisa e ensino no mesmo lugar , vamos ter alunos junto com seus orientadores pensando projetos, desenvolvendo esses projetos, com um prazo para apresentar e esses projetos vão precisar ser inovadores, eu já percorri os laboratórios e já vi que tem muitas propostas inovadoras, o laboratório onde vocês trabalham tem uma proposta inovadora, que é na área do diagnóstico do câncer que é extremamente importante e que nós precisamos muito, tem um outro laboratório aqui que e coordenado pelo doutor Luiz Guilherme que está com a proposta inovadora que é o micro sensor para detectar fraude em carne, ele também tem uma outra vertente que é para você pegar o material do paciente que foi picado por uma serpente e identificar de qual serpente foi a picada, e assim poder dar um tratamento mais assertivo para o paciente. Nós temos um outro programa aqui que é maravilhoso, que é o Ciência em Movimento, que é uma inovação, nós estamos levando a ciência para a população, com  uma linguagem muito divertida também, o que é feito e o que é produzido de ciência aqui na Funed para divulgar pra eles, eu citei esses mas são várias as coisas que trabalhamos aqui também.

5-    O blog é coordenado por uma mulher e escrito por nos duas que também somos mulheres, então como que você vê o empoderamento feminino na ciência?
Eu vejo isso de uma forma muito positiva, eu sou de uma casa muito feminina, então o empoderamento da mulher é uma coisa que eu aprendi dede cedo, eu tenho uma mãe que é professora ela sempre foi feminista e ativista do direito da mulher da luta da mulher e eu tenho só irmãs e uma sobrinha, meu ambiente sempre foi rodeado por mulheres, mulheres muito fortes e que sempre buscaram esse empoderamento, eu acho que as mulheres tem que ocupar mais lugares na ciência, mais lugares na política que eu acho importantíssimo, o nosso meio político tem poucas mulheres elas tem que ocupar mais esse espaço, não só nessa questão, mas em posições de comando também, por exemplo, na Funed a pouco tempo tivemos a doutora Carmen um período na presidência da Funed, nas diretorias eu acho que temos que ter mulheres governando estados, não só participando, mas dirigindo também as pesquisas, sendo chefes a mulher tem um olhar diferente, não que seja melhor ou pior. Elas tem um olhar diferente para o mundo, para as questões do trabalho, para as questões da pesquisa, tem uma sensibilidade maior para perceber determinados fatos, eu vejo com muita alegria o empoderamento da mulher, elas precisam se empoderar ainda mais, a gente precisa chegar no momento onde a gente vai falar ‘’homens e mulheres hoje, tem oportunidades e papeis iguais na nossa sociedade’’ pois no Brasil ainda não é assim, o Brasil ainda é uma sociedade machista, patriarcal, preconceituosa, não só na questão da mulher, ela também e preconceituosa com os negros, com os índios, com os pobres, com as minorias, precisamos trabalhar muito inclusive na ciência para que tenhamos oportunidades iguais para todos.  

6-    O que você acha da iniciativa do blog?
Eu acho muito legal, esse blog tem dois papeis, um pra vocês já que estão traduzindo para a linguagem de vocês o que estão aprendendo no laboratório, então quer dizer que vocês estão prestando um relatório do que estão aprendendo e para fora eu percebo que o blog de vocês é uma oportunidade para que outros jovens da idade de vocês que estão lá na escola se interessem pela ciência também, por que vocês conseguem traduzir a linguagem tecnocientífica para a linguagem do adolescente, quando eles acessam o blog eles veem duas meninas iguais a eles falando daquilo, então o blog também tem o papel de fazer outros jovens se interessarem pelo mundo das células.

Rodrigo deixa uma mensagem sobre ciência:
A minha mensagem é para vocês que são jovens, se interessem muito pela ciência, estudem bastante, aproveitem as oportunidades que vocês estão tendo e como vocês falaram o que eu acho sobre o papel da mulher na ciência agarrem essa oportunidade e sejam grandes pesquisadoras, grandes mentoras do próprio trabalho de vocês, por que é trabalhando nas oportunidades e acreditando no potencial da gente, que nos chegamos onde queremos. Eu espero que a meta de vocês seja essa, serem grandes pesquisadoras para virem trabalhar aqui com a gente, com boas ideias, para fazer inovação para que possamos fazer o nosso país prosperar não só por um período, mas prosperar no desenvolvendo tecnológico, para que a gente possa ser de fato uma grande nação!

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Francis Crick



Francis Harry Compton Crick foi um biólogo molecular, biofísico e neurocientista britânico, mais conhecido por descobrir a estrutura da molécula de DNA, em 1953, com James Watson.
Juntamente com Watson e Maurice Wilkins foi outorgado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1962, "por suas descobertas sobre a estrutura molecular dos ácidos nucleicos e seu significado para a transferência de informação em material vivo".
Ele nasceu em 8 de jun de 1916 Northampton, Califórnia e faleceu em 28 de jul de 2004 aos 88 anos de idade em San Diego, Califórnia. Crick foi um conhecido biólogo molecular teórico e desempenhou um papel crucial na investigação relacionada com a revelação do código genético. É também conhecido pelo uso do termo "dogma central" para resumir a ideia de que o fluxo de informação genética em células possui essencialmente um sentido único, a partir do DNA para o RNA à proteína.
Prêmios:
·         Nobel de Fisiologia ou Medicina (1962)
·         Medalha Copley (1975) ·
·         Prêmio Internacional da Fundação Gairdner (1962) ·
·         Prêmio Albert Lasker de Pesquisa Médica Básica (1960)
·         Medalha Real (1972) ·
·         Prêmio Charles-Leopold Mayer (1961)
·         Medalha Sir Hans Krebs (1977)
·         Medalha Benjamin Franklin Ciências (1993)
·         Ordem de Mérito (1991)

Trabalhos escritos:
·         The Astonishing Hypothesis ·
·          What Mad Pursuit ·
·         Of Molecules and Men


Curiosidades
Sua maior contribuição foi a co-descoberta da estrutura em dupla hélice do DNA, e de 
como ocorre o processo de síntese das proteínas, levando ao consenso do Dogma central
da biologia molecular.
A descoberta da estrutura do DNA permitiu um cenário de novas descobertas sobre como o
gene se relaciona com a hereditariedade. Isso permitiu predizer transmissões de doenças a 
partir desse fator, proporcionando uma certa antecipação num provável tratamento e 
foi o princípio inicial do Projeto Genoma, que pretende antecipar doenças de início mais 
tardio como o câncer de pulmão e a doença de Parkinson.

Saiba mais em:








segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Albert Einstein

Albert Einstein, nasceu no dia 14 de mar de 1879 na cidade de Ulm, na Alemanha. E faleceu no dia 18 de abril de 1955 aos 76 anos nos Estados Unidos, devido a uma hemorragia interna causada por um aneurisma abdominal.
Einstein foi um físico teórico alemão. Entre seus principais trabalhos desenvolveu a teoria da relatividade geral que, ao lado da mecânica quântica, é um dos dois pilares da física moderna. Ele ficou mais conhecido pela sua fórmula de equivalencia massa-energia E=mc², que foi chamada de ‘’a equação mais conhecida do mundo’’.
 Foi premiado com o Prêmio Nobel de Física de 1921 "por suas contribuições à física teórica" e, especialmente, por sua descoberta da lei do efeito fotoelétrico, que foi fundamental no estabelecimento da teoria quântica.
Curiosidades:
·         Desde jovem, adorava música. Influenciado pela mãe, começou a tocar violino. Ele teria começado a tocar com cinco anos, mas só tomou gosto mesmo aos 13, quando se aproximou das melodias de Mozart.
·         Einstein tinha apenas 26 anos quando publicou, em 1905, seus quatro artigos científicos que mudariam o mundo.
·         Suas descobertas foram feitas de modo não tradicional. Os artigos foram produzidos fora do horário de expediente, longe de laboratórios, de colegas com quem discutir e até mesmo de uma biblioteca adequada. Para muitos historiadores da ciência, foi o mais brilhante trabalho amador da História.
·         Einstein já visitou o Brasil! Foi ao Rio de Janeiro em 1925 para fazer conferências e observar um cometa que justificaria sua teoria de gravitação.

Artigos do Ano Miraculoso

·         Sobre um ponto de vista heurístico relativo à produção e transformação da luz.
·         Sobre o movimento de pequenas partículas em suspensão dentro de líquidos em repouso, tal como exigido pela teoria cinético-molecular do calor.
·         Sobre a Eletrodinâmica dos Corpos em Movimento.
·         A inércia de um corpo depende do seu conteúdo energético?

Saiba mais em:

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Sindrome de Down



A síndrome de Down é um distúrbio genético que ocorre ao acaso durante a divisão celular do embrião. Esse distúrbio ocorre, em média, em 1 a cada 800 nascimentos e tem maiores chances de ocorrer em mães que engravidam quando mais velhas. Em uma célula normal da espécie humana existem 46 cromossomos divididos em 23 pares. A pessoa que tem síndrome de Down possui 47 cromossomos, sendo que o cromossomo extra é ligado ao par 21.

Sintomas:
Crianças com a síndrome de Down têm deficiências intelectuais e algumas características físicas específicas. Elas têm olhos amendoados, devido às pregas nas pálpebras e em geral são menores em tamanho. As mãos apresentam uma única prega na palma, em vez de duas. Os membros são mais curtos, o tônus muscular é mais fraco e a língua é protrusa, maior do que o normal.
Problemas de saúde e de aprendizado podem ocorrer, mas estes variam de criança para criança. Cada portador da síndrome de Down é único, os sintomas e sinais podem ser de moderados a severos.
Pessoas com síndrome de Down tem maior risco sofrer com alguns problemas de saúde, como:
·         Problemas cardíacos congênitos
·         Problemas respiratórios
·         Doença do refluxo esofágico
·         Otites recorrentes
·         Apneia do sono
·         Disfunções da tireoide, daí o fato de serem propensas ao sobrepeso.
Tratamento:

Não existe um tratamento especifico para a doença, mas existem tratamentos que podem amenizar os diversos problemas de saúde que vãos surgindo na vida deles, sendo que o acompanhamento médico deve ser constante e feito de perto por profissionais qualificados. Além disso, os médicos também costumam encaminhar estas crianças para outros especialistas afim de treinar suas habilidades para que eles convivam da melhor forma possível com o restante da sociedade. O fator mais importante para garantir um bom desenvolvimento é o convívio social e o bom ambiente familiar, o cuidado com as crianças com síndrome de Down não é diferente do cuidado com as crianças sem a síndrome, devem sempre ter carinho, atenção e amor para que se desenvolvam de uma forma melhor.  


APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais é uma associação social sem fins econômicos, que defende e presta serviços a pessoas com deficiência. Promove a inclusão social dos seus usuários, e ajuda a promover uma melhor qualidade de vida para os deficientes.
Curiosidade:

A síndrome de Down é comemorada no dia 21/03 por ser a trissonomia do cromossomo 21

Saiba mais em:

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Jolie Kiemlian Kwee



O

lá pessoal, hoje trouxe mais uma entrevistada, dessa vez ela veio do Rio de Janeiro embora seja paulista e está passando uns dias com a gente na Funed.
Jolie Kiemlian Kwee, 55 anos, é formada em ciências biológicas pela Universidade Santa Úrsula (USU), mestrado em bioquímica na UFRJ e doutorado na USP.

O seu projeto é sobre Metabolismo Tumoral (INCA)
“Eu sou pesquisadora no Instituto Nacional de Câncer (INCA), faz aproximadamente 31 anos que eu trabalho lá.”
“O metabolismo tumoral é mais voltado para pacientes que tem resistência ao tratamento quimioterápico, ou seja, eu procuro ver vias ou formas de contornar a resistência que o paciente tem ao tratamento convencional, eu tento identificar as moléculas no metabolismo dele responsáveis por essa resistência e estudo formas de bloquear essas proteínas aumentando a sensibilidade do tumor ao tratamento. ”

Fizemos algumas perguntinhas:
1-    Por que você escolheu essa área?
“Quando eu entrei no Instituto Nacional de Câncer, eu era estudante de biologia e tinha por volta dos 20 anos, eu sempre estudei a área de bioquímica e eu fui vendo que na minha época existia poucos estudos sobre o paciente em si, sempre se estudava novas drogas, então eu comecei a ler artigos ressaltando a importância de se entender a fisiologia do paciente com câncer, como eu achei interessante comecei a estudar. Esse estudo não é uma novidade, ele existe desde 1930 com Otto Heinrich Warburg que foi um grande cientista judeu alemão que estudava metabolismo tumoral e foi um grande bioquímico, e que só agora nos últimos 10-20 anos que começaram a valorizar seu trabalho, e ai eu comecei a me interessar por essa área, entender o que o paciente tem de forte e fraco, e tentar atacar dentro da fisiologia de cada paciente, por isso que agora a medicina está se tornando mais personalizada, vocês ainda vão escutar muito sobre medicina personalizada, que é a medicina individualizada para cada paciente, não só em câncer, mas em todas as áreas, então estão vendo que pacientes com o mesmo tipo tumoral respondem diferentemente ao mesmo tipo de tratamento, uns respondem e os outros não e isso tem uma razão, a característica está no paciente e não no quimioterápico, agora está se estudando muito mais o paciente, para entender melhor a patologia e escolher a melhor forma de tratamento, foi ai que na minha época eu entendi e comecei a me interessar por isso, estudar a doença e não só as formas de combatê-la.”

2-    Quais experiências ou repercussões você teve nessa área?
“Bom, a experiência é vasta porque na pesquisa a gente tem não só a experiência profissional, mas também a pessoal, o pesquisador tem que lidar com frustrações. Eu costumo brincar com meus alunos que pesquisa é 98% de dados errados e 2% de sucesso, então a gente tem que ser muito persistente para poder trabalhar e estudar em cima disso, ainda mais quando é material biológico.
As realizações são as orientações, os alunos que passam por nós, os trabalhos que conseguimos publicar, teses que a gente orienta, essas são as nossas realizações, digamos assim, é sempre aprender, pois todo pesquisador é um eterno estudante. Eu sou estudante a mais de 30 anos e é uma coisa que eu adoro, estudar e aprender coisas novas.”

3-    Você acha que contribui para o empoderamento da mulher na ciência?
“Sabe que eu nunca pensei nisso, na ciência tem bastante mulher , o problema é que aqui no brasil o pesquisador é pouco valorizado, em termos não só salariais, por isso que talvez tenham mais mulheres na ciência porque os homens não se interessam muito devido aos baixos salários já que no Brasil e em outros países o salário da mulher é menor, então acaba tendo mais mulheres na pesquisa e eu acho também que pela própria valorização aqui no pais, mas a gente contribui bastante, a mulher tem um peso muito grande não só na ciência, mas na educação também, as duas coisas caminham juntas”.

4-    Você acha que vai deixar alguma contribuição para a sociedade?
“Eu não sei se eu vou conseguir, mas eu tento fazer a minha parte em orientações de alunos, não só orientação profissional, mas orientação de vida também, a gente lida com pessoas, tem que ter conduta, postura, profissionalismo, a gente contribui com isso, eu já tenho alunos que estão no mercado, que estão bem, com bons empregos alguns seguiram pesquisas, outros estão na iniciativa privada”.

5-    Qual a relação do seu trabalho com o tema do blog?
“Tudo, porque eu lido com células tumorais, que são células doentes,  infelizmente só soube do blog agora e ainda não acessei, mas eu vou entrar, eu imagino que vocês devem falar tanto de células patológicas quanto de células normais, então eu acredito que a minha parte seria a de células patológicas, células tumorais tem o metabolismo bem diferente das células normais, então eu acho que tem tudo a ver com o blog”.

Essa foi a nossa entrevistada de hoje espero que tenha gostado de conhecer um pouco mais sobre a Jolie e o seu trabalho. Continue acessando o blog, e compartilhe com os seus amigos.